domingo, 9 de fevereiro de 2014

INCOMPREENSÃO E DESRESPEITO.

Para muitas pessoas, a vida de paratleta é fácil, cheia de regalias, devido algumas “facilidades” que nos são oferecidas.
Mas não é fácil!
A maior parte dos paratletas que vivem na região Norte e Nordeste, passa por grandes dificuldades devido a falta de apoio por parte dos governantes e pela falta de interesse de empresas locais em patrocinar e apoiar o esporte paralimpico.
Os paratletas que tiveram uma história diferente, ou seja, conquistaram apoio, patrocínios e finalmente sua independência financeira, hoje representam clubes da região Sul/Sudeste e moram em outros estados Brasileiros.
Os paratletas do norte e nordeste, ralam muito para se manterem em seus treinamentos, tentando manter uma alimentação equilibrada e cumprindo com todo o calendário anual esportivo.
Contando com a ajuda do Bolsa Atleta, compra-se passagens aéreas e paga-se alimentação e hospedagem durante os fins de semana de competição, inclusive, para preservar o beneficio, que é renovado a cada ano, desde que o atleta mantenha-se em treinamento e em competições ( o que não é diferente das outras regiões brasileiras, exceto pela maior clareza e possibilidades em se ter um apoio).
A “ETAPA REGIONAL NORTE NORDESTE DO CIRCUITO LOTERIAS CAIXA”, é considerada classificatória para as etapas Nacionais, que ocorrem em três edições entre medos e final do ano. Se  o atleta não participa, logo ele não tem índice para competir nas Nacionais e ainda perde o beneficio BOLSA ATLETA.
Agora, o que de fato é altamente incompreensível, é que o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), divulgue um calendário em Novembro de 2013, o retifique em Janeiro de 2014, informando os locais e datas das competições, e simplesmente cerca de 30 dias antes, mudar o local da competição.
A Etapa Norte/Nordeste, estava agendada para ocorrer em Manaus. TODOS os paratletas designados a essa competição, mesmo com o atraso do Bolsa Atleta, se sacrificaram, fizeram empréstimos e compraram passagens aéreas para garantirem sua ida à competição e não sofrerem maiores prejuízos.
Na última Sexta-feira, dia 07 de Fevereiro, o CPB, fez comunicado no site informando a mudança do local da competição, que deixou de ser em Manaus, para ser em Natal.
 E agora?!
As companhias aéreas não devolvem o valor da passagem por inteiro. Para os atletas que não residem em Natal, mudar o trecho vai custar um valor muito alto, valendo-se lembrar que Manaus, é uma dos trechos mais caros do País!
Os atletas tops, geralmente não precisam participar de Regionais, pois já tem o acesso direto.  Os que precisam, tem recurso suficiente para compra de passagens aéreas... E aqueles que não têm? Como fazem?
O CPB, precisa se inteirar com mais afinco da luta e das dificuldades dos paratletas que ainda, em sua maioria, não tem patrocínio e passam por sérias dificuldades.
Afinal, não é essa também a tarefa do comitê que apoia e defende o esporte paralimpico
ADRIANA AZEVEDO