Para muitas pessoas, a vida de paratleta é fácil, cheia de
regalias, devido algumas “facilidades” que nos são oferecidas.
Mas não é fácil!
A maior parte dos paratletas que vivem na região Norte e
Nordeste, passa por grandes dificuldades devido a falta de apoio por parte dos
governantes e pela falta de interesse de empresas locais em patrocinar e apoiar
o esporte paralimpico.
Os paratletas que tiveram uma história diferente, ou seja,
conquistaram apoio, patrocínios e finalmente sua independência financeira, hoje
representam clubes da região Sul/Sudeste e moram em outros estados Brasileiros.
Os paratletas do norte e nordeste, ralam muito para se
manterem em seus treinamentos, tentando manter uma alimentação equilibrada e
cumprindo com todo o calendário anual esportivo.
Contando com a ajuda do Bolsa Atleta, compra-se passagens
aéreas e paga-se alimentação e hospedagem durante os fins de semana de
competição, inclusive, para preservar o beneficio, que é renovado a cada ano,
desde que o atleta mantenha-se em treinamento e em competições ( o que não é
diferente das outras regiões brasileiras, exceto pela maior clareza e
possibilidades em se ter um apoio).
A “ETAPA REGIONAL NORTE NORDESTE DO CIRCUITO LOTERIAS CAIXA”,
é considerada classificatória para as etapas Nacionais, que ocorrem em três edições
entre medos e final do ano. Se o atleta
não participa, logo ele não tem índice para competir nas Nacionais e ainda
perde o beneficio BOLSA ATLETA.
Agora, o que de fato é altamente incompreensível, é que o
CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), divulgue um calendário em Novembro de
2013, o retifique em Janeiro de 2014, informando os locais e datas das
competições, e simplesmente cerca de 30 dias antes, mudar o local da
competição.
A Etapa Norte/Nordeste, estava agendada para ocorrer em
Manaus. TODOS os paratletas designados a essa competição, mesmo com o atraso do
Bolsa Atleta, se sacrificaram, fizeram empréstimos e compraram passagens aéreas
para garantirem sua ida à competição e não sofrerem maiores prejuízos.
Na última Sexta-feira, dia 07 de Fevereiro, o CPB, fez
comunicado no site informando a mudança do local da competição, que deixou de
ser em Manaus, para ser em Natal.
E agora?!
As companhias aéreas não devolvem o valor da passagem por
inteiro. Para os atletas que não residem em Natal, mudar o trecho vai custar um
valor muito alto, valendo-se lembrar que Manaus, é uma dos trechos mais caros
do País!
Os atletas tops, geralmente não precisam participar de
Regionais, pois já tem o acesso direto.
Os que precisam, tem recurso suficiente para compra de passagens aéreas...
E aqueles que não têm? Como fazem?
O CPB, precisa se inteirar com mais afinco da luta e das
dificuldades dos paratletas que ainda, em sua maioria, não tem patrocínio e
passam por sérias dificuldades.
Afinal, não é essa também a tarefa do comitê que apoia e
defende o esporte paralimpico
ADRIANA AZEVEDO